A pauta de reivindicação da campanha salarial e social da categoria foi aprovada nesta segunda-feira, em assembleia geral em Bauru.
Neste ano, a reivindicação dos trabalhadores nas usinas de etanol e açúcar do Estado de São Paulo, cuja data-base é 1.º de maio, será a reposição da inflação dos últimos 12 meses medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que está estimado em 4,02%, 2% de aumento real e recomposição das perdas salariais dos últimos cinco anos, que varia de usina para usina. A pré-pauta de reivindicação, que já havia sido apreciada pela categoria, foi aprovada em uma assembleia-geral da Fequimfar (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo) e sindicatos filiados realizada nesta segunda-feira (27/03/2023), na sede do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas de Bauru e Região.
Líderes sindicais de todas as regiões do Estado de São Paulo, representando 77 usinas, participaram da assembleia, que também contou com a presença de Sergio Luiz Leite, presidente da Fequimfar. Agora, a partir de quinta-feira os sindicatos começam a protocolar as propostas nas usinas e, de fato, inicia-se a negociação. As propostas patronais serão levadas para avaliação dos trabalhadores, em assembleias nos locais de trabalho. “Enquanto a inflação média dos alimentos dos últimos 12 meses foi de 18%, o INPC do período esperado é de pouco mais de 4%, isso porque em 2022, ano eleitoral, curiosamente o INPC foi negativo por três meses. E isso levou o INPC acumulado do ano a cair, enquanto a inflação dos alimentos, não. Ou seja, o trabalhador só perdeu poder de compra. E, por isso, nada mais justo termos reajuste real e a reposição das perdas dos últimos cinco anos. No período da pandemia, teve usina com 0% de reajuste”, explica Edson Dias Bicalho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas de Bauru e Região e secretário-geral da Fequimfar.
Além de necessário repor o poder de compra dos trabalhadores do setor do etanol, Bicalho ressalta que há espaço para este reajuste real neste ano. “As usinas, quando em 2022 fizeram o orçamento deste ano, estimaram entre 8% e 10% o INPC. Ou seja, tem previsão orçamentária para o reajuste real e reposição de perdas, que vamos negociar como será. As possibilidades que estamos discutindo é abono e reajuste no Cartão Alimentação”, detalha. Outro motivo para as usinas aceitarem a pauta de reivindicação é a falta de profissionais do setor. “É comum as usinas terem dificuldade em encontrar mão-de-obra, principalmente para as tarefas braçais. Então, nada mais justo e adequado que valorizar o trabalhador braçal dando a ele o aumento real e repondo as perdas salariais”, acrescenta Bicalho.